A primeira parada foi em Cividale del Friuli, colada na fronteira da Eslovênia.
A cidade foi fundada por Julius Caesar em 50 antes de cristo. Hoje possui belíssimos traços medievais. Recomendo a visita. Muito bonita.
Na sequência, fomos para Palmanova, fundada no século XIX como protótipo utópico da cidade perfeita. Mais interessante do que a cidade em si, é a história por trás dela. Palmanova é uma cidade em forma de estrela, uma estrela com 9 pontas.
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Palmanova |
Como nenhum restaurante nos interessou em Palmanova, decidimos mudar um pouco os planos e almoçar em Belluno, já nas Dolomitas. Lá fomos nós pela Trieste-Venezia de novo. Esta estrada tem um grande tráfego de caminhões por conta do porto de Trieste. É tanto caminhão que a faixa da direita fica praticamente dedicada a eles. Aqui se anda a 130km/h e são duas faixas por sentido. Não há muito espaço para erros e isto aumenta a tensão da viagem. Felizmente, em um certo ponto pegamos a Venezia-Belluno. Esta foi ótima, quase sem tráfego.
Belluno foi uma surpresa. A cidade é belíssima e possui uma linda vista das Dolomitas. Recomendadíssima! A cidade fica localizada no topo de um penhasco. Não é a tôa. Belluno foi fundada pelos romanos em 200 antes de cristo e foi um importante posto militar. Antes de chegar a Belluno levamos um pequeno susto. Fomos parados pelos Carabinieri, a polícia italiana. Eu pensei que havia feito algo de errado, mas era uma operação de rotina. Eles checaram os documentos e foram muito amigáveis. Finalmente utilizei minha carteira internacional de habilitação. Estes dias mesmo estava pensando se não tinha jogado dinheiro fora. Vimos muita polícia na região.
Almoçamos no centro histórico. Pedimos uma pizza. A cameriera perguntou se éramos de uma cidade da Itália que não recordo o nome. Eu disse que somos brasileiros. Eles sempre fazem uma cara de certa supresa. Acho que o nosso sotaque está melhorando. Na verdade, falta muito para falarmos um bom italiano mas, segundo eles, não é comum ver brasileiros falando italiano e o português é incompreensível para eles, o que costuma dificultar muito a comunicação.
Como entramos em Belluno, ficamos distantes da autopista. Aí, o GPS nos enviou para Cortina D'Ampezzo por dentro das Dolomitas. A viagem demorou bem mais, mas valeu cada segundo. A arquitetura desta região da Itália é muito parecida com a Germânica. São pequenas e lindas cidades. Tiramos muitas fotos.
As Dolomitas são uma cadeia de montanhas dos Alpes localizadas no norte da Itália. O nome foi herdado do francês Déodat Gratet de Dolomieu. Ele foi o primeiro a descrever o tipo de rocha dolomita que é responsável pelas formas e cores características destas montanhas. Estas rochas foram declaradas Patrimônio Mundial da Unesco.
Durante a primeira grande guerra, estas montanhas se tornaram um campo de batalha entre a Itália, que lutava com os aliados, e as forças do Império Austro-Hungaro, aliados da Alemanha. Apenas em um dia, 13 de Dezembro de 1916, 10 mil soldados italianos foram mortos em avalanches. Diários de guerra dão conta das péssimas condições metereológicas daqueles dias.
http://www.frontedolomitico.it/Storia/bollettini/191612FronteDolomiticoBollettiniDicembre1916.htm
Vimos em uma das cidades do caminho uma placa anunciando o dia do soldado desaparecido. Vimos também um outro monumento relacionado à esta época.
No coração desta região cercada de história está a pequena Cortina D'Ampezzo. A cidade tem um clima germânico e é ABSURDAMENTE linda! Apesar dos pouco mais de 6 mil habitantes, o lugar é conhecido por ser um cenário de grande beleza que já hospedou vários eventos esportivos e culturais. Em 1944, a cidade abrigaria as Olimpíadas de Inverno, mas o evento foi cancelado por causa da Segunda Guerra Mundial. Existe um museu de guerra na cidade com um acervo sobre a primeira grande guerra. A Olimpíada acabou sendo realizada na cidade em 1956.
Se os esportes de inverno dominam uma grande parte dos eventos do ano, quando a neve dá uma trégua é hora da prática do ciclismo, montanhismo, caminhadas e outros eventos ao ar livre. Vimos uma turma fazendo caminhadas e outros de bike. Muitas das trilhas foram utilizadas para a movimentação de tropas na primeira guerra. A região possui uma grande rede de teleféricos que permitem a visita ao topo de várias montanhas. Não perderemos a oportunidade de subir o Tofane (3224m) amanhã cedo se o tempo ajudar. Hoje fez um lindo dia.
Um outro passeio interessante é percorrer o trecho de 130Km entre Cortina e Bolzano na famosa Grande Strada delle Dolomiti, o que faremos amanhã depois do Tofane.
Na parte cultural, Cortina foi palco de filmes e séries. Particularmente do meu interesse, aqui foram filmadas várias cenas do James Bond (Roger Moore) de 1981, "For your eyes only", um dos meus preferidos. O filme tem belas cenas da Grécia, onde estivemos em 2008. Bond ficou hospedado no Grand Hotel Miramonti Majestic. Infelizmente, não é o nosso. Perguntei ao cameriere hoje onde as cenas foram gravadas. Ele não sabia, até porque me pareceu muito novo. Um outro cliente ouviu a minha pergunta e informou o local, cujo nome é Zuel. Vamos ver se dá tempo de ir lá amanhã.
A temperatura está despencando aqui. A previsão é que chegue a 8 graus. Faziam mais de 20 durante o dia. Já esperamos o frio nesta região, mas confesso que ficamos surpresos. Saímos para jantar apenas. O frio está insuportável para as blusas que temos aqui. Ainda bem que o hotel é preparado para suportar o frio. Então, aqui dentro está tranquilo.
O hotel, aliás, é muito bonito. Da nossa sacada podemos ver as montanhas. Aproveitei o frio para resfriar um dos vinhos friulanos que ganhamos hoje porque não há frigobar no quarto. Estamos bebendo um agora.
Por hoje é só. O plano amanhã é dormir em Verona.
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