O dia estava perfeito, com muito sol e céu azul. Faziam 15 graus. A subida é feita em 3 estágios, o último com cerca de 3200m. O Tofana é o terceiro maior pico das Dolomitas. A vista é soberba. No topo, pegamos 5 graus, estava bem frio. Não subimos no ponto mais alto porque esta parte deveria ser feita a pé e é bastante perigosa. Além disso, a estação fica muito próxima do topo, de forma que a vista já era suficientemente linda. Descemos parando em cada um dos outros dois outros estágios. Muito bonito mesmo. Muita gente sobe de teleférico e desce a pé. Imagino que devem levar o dia todo para cobrir o percurso.
Chegamos no hotel quase ao meio dia. Carregamos o carro e pegamos a lendária Strada delle Dolomiti. Esta estrada vai de Cortina a Bolzano passandro entre as Dolomitas. O cenário é muito austríaco. As belezas naturais são muitas. No caminhos, vimos muitos ciclistas, motoqueiros, pessoas fazendo caminhada, porsches, conversíveis diversos, carros antigos e 2 ferraris. É uma paisagem única, repleta de trilhas que se enfiam para dentro das montanhas.
Paramos perto de Dobbiaco para almoçar. Pedimos o prato mais barato para duas pessoas: Tartare di manzo. Pelo nome, entendi que era algo de vaca, mas não sabia o que era tartare. Curiosos, pegamos o celular para verificar o que era um tartare enquanto aguardávamos o prato. Levamos um susto, mas já era tarde para desistir. Dizia num site que um tartare é carne de vaca moída crua com ovo cru e cebola. Não conseguimos imaginar como isto poderia ser gostoso. Nisto chega o cameriere com uma mesinha de rodinhas cheia de pequenos potes, que eram os ingredientes, e um prato com bastante carne moída crua. ele me perguntou se eu mesmo queria fazer. Eu disse que era a minha primeira vez. Ele começou o longo processo. Quando derramou o ovo, já vi que não gostaria do aroma. E foi indo, uma pitada disto, outra daquilo. Foram muitas ervas, cebola, alho, um monte de coisa. Por fim, ele virou a carne dentro da gororoba e misturou bem. Colocou um pouco de conhaque também. Pensei que ia tacar fogo, mas não. O prato acompanhava fritas. Pelo menos, se fosse ruim, daria pra comer as fritas.
Concluindo o processo, ele montou o prato em formato de estrela, jogou azeite por cima. Pensei comigo "pelo menos o azeite eu vou aproveitar". Experimentei. Não é que é muito gostoso? Incomoda pensar que estamos comendo carne crua, mas o sabor é ótimo! E olha que eu curto carpacio. Com as fritas então, casou direitinho. Fica aqui a recomendação.
Pegamos estrada com medo de passar mal, mas fomos em frente. Não passamos mal. O restante da estrada era bem mais austríaca. Não por acaso, estávamos a 12km da fronteira com a Áustria. Vimos também alguns castelos pelo caminho. Muito bonita a estrada, mas requer atenção pela quantidade de curvas. Chegamos a Bolzano. A cidade é charmosa. Todas as placas de sinalização são escritas em italiano e alemão, tal é a influência tedesca na região. Tomamos um gelato e demos uma volta no centro da cidade.
Pegamos o carro e continuamos até Verona, deixando para trás as Dolomitas. Do lado da rodovia vimos vários vinhedos. Estávamos entrando nas terras do delicioso Valpolicella. Do nosso lado direito, mas fora de vista, está o lago de Garda, assunto para domingo.
Chegamos bem em Verona. Estamos exaustos. Comemos crostini e pistache. Tomei uma birra italiana. Hora de dormir. Amanhã temos que encarar Verona.
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